sábado, 26 de dezembro de 2009

A hora é... passa um pouco das três da manhã. Ainda está escuro, é claro.
Olho pela varanda e vejo a lua abraçando o mar, com seu reflexo que nos dá vontade de mergulhar por acreditar que vamos alcança-la.
Não importa onde eu esteja; esta é a minha hora favorita do dia. A hora que é só minha. Não há pessoas na rua e os carros são raros, o que faz com que cada um que passe emita um eco profundo.
"ei, sou como você"
Não vai demorar para amanhecer e as pessoas terão sua rotina de volta e eu terei mais tempo ainda para pensar desorganizadamente sobre o rumo da minha vida.
Faz tempo que eu não escrevo sobre mim mesma e não estou segura de que conseguirei me expressar como gostaria.
Enfim, sobre a Vida... tenho pensado muito sobre ela. E o que eu mais ando pensando é naquele muro invisível que eu estou conseguindo derrubar.
Você sabe, as pessoas construíram um muro entre aquilo que faz bem e aquilo que faz mal. E eu, bem... baseada em experiencias recentes, acredito estar conseguindo quebrá-lo.
Não sou um ser humano extraordinário (longe disso e talvez "muito pelo contrário"). Só estou enxergando as coisas de um ângulo novo.
Pense no amor. Se o amor existe, ele é um misto de segurança e atração.
O amor é a coisa mais próxima de magia que o ser humano pode sentir, é algo que está além de qualquer explicação e é o extremo da bondade.
Mas, quando a magia é quebrada, o que acontece? Devastação. Caos. No extremo da maldade do amor, morte.
Poderia ser mais ampla nisso, mas acho que ia desfocar um pouco o que eu quero dizer.
Bem... o que eu quero dizer com amor e muros?
Que é mais fácil enxergar o bem e o mal juntos -eis onde entra o meu muro derrubado-, trabalhando numa forma equilibrada e não como dois pólos. Tudo no universo é uma espécie de equilíbrio cósmico. Não deveria ter extremidades, não mesmo.
O que deveria era haver discernimento entre o que você julga certo e errado. E acontece que frequentemente, o certo e o errado vai colidir.
Bem, até hoje o Amor foi o único exemplo vívido de bem e mal juntos. De certo e errado em colisão.

Será que um dia eu conseguirei distinguir entre o mar e o que se reflete nele? E a chuva da solidão?

2 comentários:

  1. que lindo gabi! voce escreve muito bem mesmo

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  2. Acho que talvez nunca conseguiremos distinguir nada. Nem o céu e o inferno, nem a dor e a sutileza e nem nada. Nem mesmo o ódio e o amor conseguimos distinguir, e acho que é para ser assim mesmo. O Oscar Wilde disse certa vez que "crer é muito monótono, a dúvida é apaixonante" e creio que é justamente isso. Tudo do que temos certeza nos dá um certo nojo e desse modo, repudiamos. Não vou mentir para ti... Fiquei muito emocionada com esse teu texto, de verdade. Ele mostrou você como é e não a caricatura que tanto você insiste. É belo, muito belo. E não venha me dizer que não sabe escrever. Acho que qualquer um que se alimenta de toneladas de livros por mês consegue escrever algo que preste. Agora some isso com certo talento, e terá algo belo. Como você mostrou, garota.
    Amo você.

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