terça-feira, 29 de dezembro de 2009

E os hipopótamos foram cozidos em seus tanques

Acordei sufocada com o cheio do meu próprio perfume. Estava deitada na minha cama, ainda com meus sapatos de salto. Do meu lado, estava o romance do Burroughs&Kerouac, meu Ipod no album Closer e meu óculos.

Como fui parar ali, não lembro. Mas lembro bem porque fui parar ali.

Fim de tarde. Eu estava conversando com o Julien sobre o de sempre: crises, Kerouac e homens.

Então, foi quando o marido da minha mãe me chamou pra ir na casa de um político qualquer. Bem, eu devia essa à ele; havia desistido de ir no aniversário do mesmo.

Atravessamos a rua e caminhamos em direção à casa dele.

Conversa, conversa...

Eu, sempre desconfiada da integridade humana, perguntei o porquê que eu deveria gastar o meu voto com ele. Passaram-se três horas até ele me convencer de que eu ia fazer o certo.

Bem... três horas e muitas taças de um licor italiano de limão.

Às vezes minha mente divagava e eu só conseguia pegar fragmentos da fala dele. Mas preciso confessar, apesar dos r's no lugar dos l's, ele é um cara bastante inteligente.

Falou várias coisas sobre a juventude que definitivamente fazia sentido.

Ele disse que o grande mal da juventude é acreditar que o tempo não passa. (Oi?)

E que bem, somos acomodados e achamos que alguma coisa na vida pode se mover sem política...

Ah, eu fui bem sincera com ele. Disse que nunca tinha feito questão de me envolver nesse meio, que esse interesse foi forçado pois minha mãe agora fazia parte disso tudo. Eu adoro deixar as pessoas putas!

Bem... depois de um longo tempo na casa dele, comecei a me sentir tonta. Acho que minha glicose estava caíndo bastante.

Enfim, não lembro de muita coisa depois disso.

Sei que acordei onze da noite. Muito enjoada pra comer, pouco enjoada pra vomitar.

No entanto, esqueci do enjoo.







Conheci alguém bem bacana, finalmente.

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