segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Luciano e suas dificuldades

Luciano depois de um dia muito quieto e tedioso como sempre, foi se deitar e como habitualmente faz, largou o seu olho de vidro em um copo d'água na lateral de sua cama. Depois de ter tido um pesadelo terrível acordou suado com os pelos do corpo nu escrespados Na cama de Ana, sensível mãe de Pedro. Luciano ainda tonto sem pensar nas próprias atitudes, bebe o copo de água inteiro se babando e molhando ainda mais o corpo ainda nu.

Depois de alguns dias Luciano sentia dificuldade para evacuar. Por insistência de Ana, Luciano procurou um médico de ânus. Na chegada do médico, ficou inquieto e com muito calor. Com os nervos a flor da pele, Luciano se surpreende com a chegada do médico.

Na sala do doutor, este pediu que Luciano despir-se e ficou impressionado com a quantidade absurda de pelos por todo o corpo. Luciano deitou na maca muito nervoso, o médico pressionou sua mão e abriu, separando as nádegas peludas de Luciano. Lá ficou muito espantado e exclamou:

- Eu durante toda minha carreira já vi muitos cus! Mas nunca vi um cu me olhando...


Por: Pedro Fonseca

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

E os hipopótamos foram cozidos em seus tanques

Acordei sufocada com o cheio do meu próprio perfume. Estava deitada na minha cama, ainda com meus sapatos de salto. Do meu lado, estava o romance do Burroughs&Kerouac, meu Ipod no album Closer e meu óculos.

Como fui parar ali, não lembro. Mas lembro bem porque fui parar ali.

Fim de tarde. Eu estava conversando com o Julien sobre o de sempre: crises, Kerouac e homens.

Então, foi quando o marido da minha mãe me chamou pra ir na casa de um político qualquer. Bem, eu devia essa à ele; havia desistido de ir no aniversário do mesmo.

Atravessamos a rua e caminhamos em direção à casa dele.

Conversa, conversa...

Eu, sempre desconfiada da integridade humana, perguntei o porquê que eu deveria gastar o meu voto com ele. Passaram-se três horas até ele me convencer de que eu ia fazer o certo.

Bem... três horas e muitas taças de um licor italiano de limão.

Às vezes minha mente divagava e eu só conseguia pegar fragmentos da fala dele. Mas preciso confessar, apesar dos r's no lugar dos l's, ele é um cara bastante inteligente.

Falou várias coisas sobre a juventude que definitivamente fazia sentido.

Ele disse que o grande mal da juventude é acreditar que o tempo não passa. (Oi?)

E que bem, somos acomodados e achamos que alguma coisa na vida pode se mover sem política...

Ah, eu fui bem sincera com ele. Disse que nunca tinha feito questão de me envolver nesse meio, que esse interesse foi forçado pois minha mãe agora fazia parte disso tudo. Eu adoro deixar as pessoas putas!

Bem... depois de um longo tempo na casa dele, comecei a me sentir tonta. Acho que minha glicose estava caíndo bastante.

Enfim, não lembro de muita coisa depois disso.

Sei que acordei onze da noite. Muito enjoada pra comer, pouco enjoada pra vomitar.

No entanto, esqueci do enjoo.







Conheci alguém bem bacana, finalmente.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Bem... hoje é dia 28. Eu te disse que o dia seguinte seria pior.
Estou escrevendo pra ti porque gosto da idéia que uma coisa besta como essa faria você se sentir menos sozinho.
Estou no meu quarto e não há barulho algum em volta, somente algumas músicas que me trazem à tona algumas lembranças. E eu penso em você. Na verdade, penso em como deve estar sendo ser você no momento.
É... a vida não está facilitando pra você. E apesar de pouco, eu te conheço. Sei que você deve estar achando que ninguém mais entende a dor que você está sentindo. Sei disso porque todo mundo sente isso quando está triste.
Sei também o que é a dor de ver alguém indo embora; o que é achar que foi posto em segundo plano. Sei de várias coisas que você está sentindo, porque outrora senti essa mesma dor.
Por isso eu lhe disse várias vezes que estaria aqui pro que você precisasse. E não foi uma frase solidária como qualquer outra pessoa lhe diz num momento como esse. É da verdade mais profunda que eu poderia te dizer.
Sei das tentações que existem pra fazer você esquecer de tudo que está acontecendo agora. Mas assim como eu te prometi abrir mão das minhas tentações, prometa nunca chegar perto das suas.
Lembro quando você conversou sobre isso comigo da primeira vez. Lembro que me arrepiou te ver com aquele olhar tão triste e, foi ali que eu vi que tinha alguém no mundo como eu.
Por isso, cada momento que você focava sua atenção em mim, eu me sentia alguém. Por isso que eu jurei que mesmo se um dia a paixãozinha acabasse, a amizade permaneceria.
Gostaria que isso tivesse acontecido de fato, e eu sempre me pergunto onde foi que eu te perdi. E me pergunto o que posso fazer pra te achar de novo.
Eu me preocupo com você e sei que isso te incomoda. Mas não posso ficar sentada enquanto você acha que não há ninguém aqui nessa cidade - ou nesse país -, que consiga te compreender.
Eu te quis muito naquele breve período que achei que você me quis também. E te quis depois. Só que acho que meu orgulho tem que ser maior do que esse sentimento porque se um dia você quiser uma amizade pura, você irá encontrá-la em mim.

Mas eu nem consegui descobrir o seu ponto fraco...

Querido Julien,

Eis que eu estava sentada num banco de madeira de frente pro mar, um pouco antes de amanhecer. No meu colo, repousava o romance do Burroughs&Ginsberg, cansado de ser lido pela segunda vez. Nos meus ouvidos, o legado de Ian Curtis era absorvido com uma devoção de um evangélio da única religião que me agrada.
Pois então, enquanto eu observava o sol se afastar do mar deixando o céu num tom alaranjado, que chegava a transformar a imagem deslumbrante numa sensação nostálgica, a melhor poesia tocava.
"heart and soul... one will burn."
Esta música foi escrita em 1980 e hoje, quase trinta anos mais tarde, a primeira frase começou a fazer efeito sobre mim. Me causou mais do que uma dúvida, uma inquietação que fez desandar teorias e pensamentos confusos e obscuros.
E é por isso que te escrevo, querido Julien. Preciso saber se até os nossos instintos são capazes de nos trair. E preciso ouvir isso de você mais do que de qualquer outro poeta.

Enquanto nós, meros mortais, buscamos pela Vida, pelo Amor e pelos Prazeres, somos guiados apenas por nossos sentidos.
Uma vez esta busca alcançada, entramos num estado julgado crônico de felicidade e, como num suicídio inverso, nos jogamos do penhasco cujo fim é a Plenitude.
Ms você me conhece, pequeno Julien. Sabe do meu negativismo natural e da minha filosofia que nada acaba bem; tudo acaba solitário.
Eu aprendi sobre a solidão após ficar na beira de um rio enquanto chovia. A chuva por si só já me traz a terrível sensação de estar sozinha. O rio é algo plano e pleno, que sozinho está bem.
Então, eu vi a chuva se encontrar com o rio e os dois desceram colina abaixo. Vi que eles estavam solitários, apesar de juntos. A partir desse dia, me sinto sozinha, não importa com quem eu estivesse.

Desculpa querido Julien, por ser tão breve e divagar tanto. Mas é assim que eu tenho me sentido nesses últimos tempos.

Com todo o meu amor,

sábado, 26 de dezembro de 2009

A hora é... passa um pouco das três da manhã. Ainda está escuro, é claro.
Olho pela varanda e vejo a lua abraçando o mar, com seu reflexo que nos dá vontade de mergulhar por acreditar que vamos alcança-la.
Não importa onde eu esteja; esta é a minha hora favorita do dia. A hora que é só minha. Não há pessoas na rua e os carros são raros, o que faz com que cada um que passe emita um eco profundo.
"ei, sou como você"
Não vai demorar para amanhecer e as pessoas terão sua rotina de volta e eu terei mais tempo ainda para pensar desorganizadamente sobre o rumo da minha vida.
Faz tempo que eu não escrevo sobre mim mesma e não estou segura de que conseguirei me expressar como gostaria.
Enfim, sobre a Vida... tenho pensado muito sobre ela. E o que eu mais ando pensando é naquele muro invisível que eu estou conseguindo derrubar.
Você sabe, as pessoas construíram um muro entre aquilo que faz bem e aquilo que faz mal. E eu, bem... baseada em experiencias recentes, acredito estar conseguindo quebrá-lo.
Não sou um ser humano extraordinário (longe disso e talvez "muito pelo contrário"). Só estou enxergando as coisas de um ângulo novo.
Pense no amor. Se o amor existe, ele é um misto de segurança e atração.
O amor é a coisa mais próxima de magia que o ser humano pode sentir, é algo que está além de qualquer explicação e é o extremo da bondade.
Mas, quando a magia é quebrada, o que acontece? Devastação. Caos. No extremo da maldade do amor, morte.
Poderia ser mais ampla nisso, mas acho que ia desfocar um pouco o que eu quero dizer.
Bem... o que eu quero dizer com amor e muros?
Que é mais fácil enxergar o bem e o mal juntos -eis onde entra o meu muro derrubado-, trabalhando numa forma equilibrada e não como dois pólos. Tudo no universo é uma espécie de equilíbrio cósmico. Não deveria ter extremidades, não mesmo.
O que deveria era haver discernimento entre o que você julga certo e errado. E acontece que frequentemente, o certo e o errado vai colidir.
Bem, até hoje o Amor foi o único exemplo vívido de bem e mal juntos. De certo e errado em colisão.

Será que um dia eu conseguirei distinguir entre o mar e o que se reflete nele? E a chuva da solidão?